Arrow – Temporada 1 – Episódios 1-6
Eu tinha visto algumas boas críticas. Alguns amigos tinham comentado que a série valia a pena. Não era mais um Smallville, garantiram. Pois bem, resolvi dar uma chance a Arrow, a série do canal Warner adaptando para a TV o personagem Arqueiro Verde, do segundo escalão da DC.
Alguns dos principais personagens aparecem na foto acima. Começando pelo próprio Oliver Queen, playboy bilionário que foi dado como morto depois de um naufrágio que levou a vida de seu pai, mas que retorna depois de 5 anos perdido em uma ilha deserta para tornar-se o vigilante Arqueiro Verde. Sua irmã Thea e sua mãe Moira recebem-no de braços abertos, bem como seu guarda-costas Diggle, contratado pela sua família para protegê-lo. O seu melhor amigo, o também bilionário Tommy e a sua ex-namorada, a advogada Laurel, e seu pai, o detetive Quentin, completam o elenco principal.
O episódio piloto e o segundo episódio são um bando de clichês deplorável, mas serve para apresentar os personagens e seus dramas. E haja drama. Quentin não é só o detetive que vai passar a caçar o vigilante mascarado, mas também o pai da ex-namorada e também da ex-amante, ou seja, Queen traiu Laurel com sua irmã gêmea… como se não bastasse, em sua ausência o braço direito de seu pai na empresa casou-se com sua mãe, e seu melhor amigo Tommy namorou Laurel. Não, não estamos falando de Barrados no Baile. O final do episódio piloto, dando um close em Moira em uma cena que sugere que ela está envolvida no afundamento do barco que matou seu marido é de chorar… de tão óbvia. Por falar nisso, a série parece mesmo em certos momentos feita para acéfalos, martelando os elementos da frágil trama em sua cara, várias vezes, para ter certeza que estamos acompanhando as implicações em que cada personagem vai se envolvendo.
O Arqueiro Verde guarda muitas semelhanças com o Batman: bilionários, habilidades de luta, inteligência detetivesca, gadgets, luta contra o crime, alter-egos que se travestem de riquinhos excêntricos. Mas à medida que eu assistia aos episódios seguintes, passei a pensar em outros seriados com os quais Arrow guarda semelhanças. Ainda que originalidade, nos dias de hoje, é algo raro e não dá mesmo para esperar tanto de uma série de super-herói adaptado para sua fase jovem-adulto (à la Smallville). Mas o fato é que ali pelo terceiro episódio comecei a pensar em Dexter, a série estrelada por Michael C. Hall em que um assassino serial infiltra-se na polícia e sacia sua sede de matar com bandidos que escapam do sistema judiciário, visando encobertar suas ações. Talvez o fato de o ator que interpreta Diggle (David Ramsey) ter atuado também em Dexter, ainda que em um papel pequeno é verdade, tenha ajudado na associação.
A comparação é forçada, mas há elementos requentados de várias outras séries aqui e sinto semelhanças com o modus operandi de Dexter. Oliver insiste em dizer, durante esses episódios, que não é um herói. Ele quer apenas cumprir a missão confiada por seu pai, em seu sacrifício mortal, de limpar Starling (ou seria Gotham?) dos párias que tem enriquecido às custas da exploração imoral da cidade. Antes de liquidá-los, ele sempre tenta dar uma chance para eles se redimirem (algo próximo à confirmação de Dexter de que suas vítimas tratavam-se sempre de bandidos de fato). Antes da execução, a frase de efeito: “Fulano, você falhou com essa cidade”. Seu código de execução é seguir a lista de nomes da caderneta de seu pai. A partir do episódio 6, o último que vi até aqui, até mesmo diálogos com o fantasma do pai passaram a compor a história.
Por falar nisso, que ilha é essa em que Oliver foi parar? Nada até aqui fez sentido nos trechos que lá se passam. Oliver é atacado para depois ser salvo por aquele que virá a se tornar seu treinador, Yao Fei. Do nada, ele começa a falar inglês. E a ensinar Oliver a sobreviver e tornar-se, em 5 anos, uma máquina de combate capaz de botar no chinelo ex-soldados treinados e na ativa como Diggle. Além de dar a ele um capim mágico capaz de deter qualquer tipo de veneno. A ilha ao invés de estar deserta é habitada não só pelo salvador de Queen, como também por seus perseguidores, capazes de abrir mão de uma fortuna pelo resgate do bilionário para poderem torturá-lo em busca de informações sobre Yao Fei. Por que não explodir a ilha, que é pequena?
A verdade é que a coragem de já desmascarar e prender o personagem principal logo no quarto episódio foi bacana e ajudou a dar mais interesse e dinâmica à trama. As questões morais sobre a missão do Arqueiro, colocadas por Diggle diante de uma vítima inocente baleada em um assalto a banco, no sexto episódio, podem também dar um questionamento moral interessante à série. Vejamos como as coisas evoluem, por enquanto minha avaliação é a de uma série 2,5 pipocas (em 5 possíveis).
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