Cinema, música e aspirinas…

Pois bem… já estamos quase no meio do ano. Não há como negar que tenho visto menos filmes do que gostaria e, uma constatação recente que tem me perturbado um tanto, também tenho ouvido muito menos música do que gostaria!

Este ano houve outro festival de cinema aqui em Campo Grande. Assisti alguns e gostei da maioria. Não gostei do filme que estou parodiando no titulo deste post, o “Cinema, Urubus e Aspirinas”. Gostei de Cidade Baixa, de Flores Partidas, de Uma Mulher contra Hitler, gostei mais ou menos de Mulheres do Brasil, mas gostei mesmo de Apenas um Beijo, do Ken Loach. É um romance étnico, daqueles em que o conflito, a impossibilidade, se dá devido a diferenças entre as raças dos envolvidos. E a condução é brilhante, as interpretações sensíveis… vale a pena. Flores Partidas também é muito bom! Gosto dos filmes que já vi do Jim Jarbusch, exceto pelo Trem Fantasma, que não tem mesmo pé nem cabeça…

Mas isso não vem ao caso… O que vem ao caso é que o meu tempo está muito curto. Tenho assumido muitos compromissos e meu tempo é contado.

Passo a semana, na verdade, saltando de tarefa em tarefa e elas são as mais diversas possíveis. Por um lado, é legal testar a si mesmo em diversas atividades que exigem diferentes habilidades. Por outro, tem horas que dá uma vontade de não fazer nada (ou de ir ao cinema, ou de ficar namorando bem tranqüilo, ou de ouvir música e relaxar, ou de ler, …) e o sentimento de responsabilidade cobra… nunca têm o mesmo prazer quando sabemos que não devemos.

Mas não devemos mesmo? Sempre acreditei que temos que ter lazer e que é ele que nos dá o balanço necessário para encararmos os desafios que traçamos para nós. Se não houver um tempo para descansar a mente, a mente pode, sim, pifar e te deixar na mão. O que será pior!?

Muito do que não faço está diretamente ligado ao muito (ou pouco?) que eu faço.

Quanto ao fato de estar ouvindo música, disse acima que isso tem me deixado alerta. Isso se deve ao fato de eu basicamente me encontrar nas músicas que eu ouvia. Eu tinha fases bem definidas. Tinha uma época que eu estava um tanto Los Hermanos, antes disse havia ficado um pouco Queens of the Stone Age, até que fiquei um pouco Placebo e um pouco Tindersticks. Já fui um pouquinho Paulinho Moska e um tanto Nando Reis também.

E agora? Parece que a música deixou de me importar tanto… mas isso não é verdade. Acredito que a falta de tempo e o fato de estar dividindo o mesmo espaço com a Dri (minha noiva amada) mudaram meus hábitos. Não ouço mais as músicas que quero, quando quero, no volume que quero… E isso vai perdendo o valor… ou ao menos, vai perdendo o espaço que tinha.

Mas também não paro em casa o suficiente e, no trabalho, compenso um pouco isso. Mas lá não posso ouvir o mesmo CD o dia inteiro, como costumava fazer. Ao menos eu consigo ouvir o mesmo CD todos os dias uma vez. É claro que chovem reclamações, mas eu ouço e no meio das reclamações ainda ouço algumas (poucas) vozes de apoio. O eleito? Leonard Cohen. Se tivesse que responder, diria que hoje estou um pouco Leonard Cohen… Stranger song é o meu hino matinal.

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