Farelos Musicais #177 – Construção

Hoje o #podcast Farelos Musicais traz de volta a ilustra presença do embaixador da MPB, Chico Buarque, para falarmos das dificuldades dos trabalhadores e operários, como os personagens da clássica canção Construção, que vamos usar como material para este episódio da semana do Dia do Trabalho. Vem com a gente, é só clicar no play.
SEGUE A GENTE NO YOUTUBE E/OU NO SPOTIFY!
O PODCAST está no Youtube, veja aqui… Para quem quiser ouvir e seguir pelo Spotify, acesse aqui.
SEGUE A PLAYLIST DOS FARELOS MUSICAIS NO SPOTIFY!!
Para quem quiser ouvir todas as músicas já analisadas pelo programa, sigam a nossa playlist no Spotify, clicando aqui. Lá você encontra todas as músicas já analisadas no programa e assim curte um som legal, conhece artistas novos – ou reencontra velhos conhecidos – e se curtir a letra, volta para conferir a nossa interpretação!
QUER CONTRIBUIR?
Gosta do programa e quer ajudar com contribuições a partir de R$ 1 por mês para que ele possa se manter e crescer? Então torne-se um padrinho ou madrinha acessando aqui e contribuindo: https://www.padrim.com.br/farelosmusicais
Confiram abaixo a letra de Construção (e o trecho de Deus lhe Pague):
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
como se fosse o último
(Beijou sua mulher) como se fosse a única
(E cada filho seu) como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Pela mulher carpinteira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague
