Festival de Inverno de Bonito 2013 – sexta-feira, 02 de agosto

Festival de Inverno de Bonito 2013 – sexta-feira, 02 de agosto

Antes de qualquer coisa, dedico esse texto à namorada do Elias. Obrigado!A noite de sexta-feira do Festival de Inverno de Bonito 2013 foi incrível! Começou com dois artistas regionais, Lucas Brandão e Marcelo Loureiro, o segundo já com amplo reconhecimento nacional como um dos maiores instrumentistas brasileiros. Essas duas primeiras apresentações foram seguidas pelo genial Toquinho – em apresentação, a bem da verdade, dividida com sua apadrinhada Anna Setton. Para fechar a noite de gala, um show dos Paralamas do Sucesso passando a limpo toda a sua carreira que completa 30 anos.

Acima um video do músico e compositor campograndense Lucas Brandão. Em apresentação curta ele pode mostrar um pouco de seu repertório de bossas e sambas, acompanhado de excelente banda. Foi o suficiente para demonstrar seu talento e posicionar-se como um bom nome da MPB.

O palco a seguir foi tomado pelo incrível Marcelo Loureiro. Instrumentista habilidoso, que experimenta novas formas de tocar o seu violão, explorando temas regionais e também polcas, tangos e tantos ritmos latinos por excelência. Abraçando sua origem paraguaia – ele que é nascido e criado na região de Bonito, em Guia Lopes da Laguna – também executou algumas canções com uma harpa paraguaia e encerrou sua apresentação com uma viola caipira, instrumento para o qual foi eleito recentemente o melhor instrumentista brasileiro. Eu, que desconhecia o músico, sai maravilhado tanto por sua virtuose quanto por sua simpatia.

Toquinho veio então desfilando seu repertório cheio de sucessos, composições que marcaram época realizadas com parceiros como Vinicius de Morais (várias!), Benjor, Baden Powell, Carlos Lyra e tantos outros… É evidente que o ápice foi a execução, ao final do concerto, de Aquarela, talvez sua música mais emblemática. Mas o repertório todo é uma dádiva e demonstra várias das nossas pérolas musicais. Em certo momento, ele também demonstrou suas habilidades como violonista ao dedilhar um dos temas de J.S.Bach – que segundo referência citada por ele, é a voz que Deus usou-se para expressar-se. Inteligente como é, Toquinho também utilizou-se do espaço para introduzir Anna Setton, intérprete que ele conheceu em uma churrascaria paulistana e cuja carreira ele está apadrinhando. Provavelmente, ele reconhece que sua emissão vocal já deixa a desejar e a voz de Setton, linda, foi um belo acréscimo ao concerto. Com sua voz, a noite ficou ainda mais inesquecível.

Finalmente, para encerrar a noite, a comemoração dos 30 anos de carreira dos Paralamas do Sucesso. Talvez a última grande banda dos anos 80 que eu conferi ao vivo (já tinha visto Ira!, Titãs, Barão Vermelho e Engenheiros do Hawaii – Legião tornou-se uma impossibilidade cedo demais). Não sou particularmente fã da banda, mas não há como negar a coleção de hits que eles colecionaram. E neste show revisionista, de quase 2 horas!, isso fica claro ainda que eles tenham também incluído músicas menos esperadas, como Vulcão Dub, Melô do Marinheiro e tantas outras.


Impossível também não reconhecer todo o entusiasmo e superação de Herbert Vianna, que apresenta-se de sua cadeira de rodas com uma energia admirável. Imagino os gringos na platéia que desconhecem sua história, sua trajetória e que, independente disso, veem-no liderando um coral de quase 8 mil vozes, mostrando que não há limitações para a arte, para a vida ou a sobrevida que ela pode proporcionar.

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