Mais Copa – Narração dos jogos

Essa Copa em Lyon está sendo interessante. Estou conseguindo melhorar o meu entendimento da língua, ao ouvir transmissões e mais transmissões de jogos. Já começo a entender os jargões dos narradores e é gozado notar as diferenças drásticas entre os estilos das transmissões daqui com as que estamos acostumados no Brasil.

Primeiro ponto, aqui não há monopólio como por vezes houve no Brasil, com apenas a Globo transmitindo. Mas, por outro lado, há um rodízio entre 3 canais e, assim, os jogos não são transmitidos simultaneamente. Ao menos está sendo assim na primeira fase, vamos ver como será nos jogos mais interessantes, a partir das oitavas de final. Outra curiosidade, basicamente os canais públicos daqui são conhecidos, verdadeiramente, pelo seu número. TF1, Canal 2, Canal 3, Canal 4, Canal 5… 😉 Os que estão cobrindo a Copa e passando os jogos são TF1, 2 e 5 sendo que os principais jogos são transmitidos pela TF1.

As partidas são mais comentadas do que narradas e a figura do comentarista é, praticamente, inexistente ou de um outro ângulo, só há comentaristas. Por conta disso, não há também as narrações cheias de emoção, que nos levam para dentro do campo e faz com que fiquemos com o coração na boca nos momentos decisivos. Aqui, ficam discutindo o jogo ao invés de apenas reforçar o que a própria imagem está exibindo. A narração brasileira de futebol está mesmo mais próxima do rádio. O curioso é que se eu deixo a TV ligada e o jogo está 0 x 0 e vou fazer alguma outra coisa, posso voltar dali a alguns minutos e encontrar o placar em 2 x 0 ou 1 x 1 sem que sequer tenha percebido que os gols tenham ocorrido, uma vez que o nosso tradicionalíssimo grito de “gooooolllllll” não existe por essas bandas.

Para finalizar, o ufanismo garantido por Galvão e ao qual já estava tão acostumado também não dá as caras por aqui, o que é um alívio. Neste sentido ponto para eles. Durante a partida entre França e México, em que os mexicanos dominaram as ações e o 2 x 0 foi até pouco, a narração em nenhum momento procurou diminuir a atuação mexicana. Ao contrário, exaltaram a bela atuação do time asteca, disseram com todas as letras que a vitória foi mais do que merecida e, nos lances de perigo contra a França, ao mesmo tempo em que torciam – naturalmente – contra o gol também deixavam claro que era uma pena que jogadas tão bonitas não terminassem em gol.

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