Ação e Reação

Segundo a terceira lei da Física proposta por Newton, toda ação provoca uma reação de igual intensidade, mesma direção e em sentido contrário.

Baseados nesta lei aprendemos até mesmo a calcular as tais intensidades, direções e sentidos de uma reação, conhecendo os mesmos parâmetros de uma dada ação.

Nos relacionamentos pessoais as leis físicas pouco valem. Não há determinismo. Não há fórmulas. Não há física mas há química. Existem palavras que por vezes formam versos e noutras não se falam, ocorrem longos discursos, monólogos ou diálogos ou bate-papos animados, repletos de significados, ou, mais comumente, sem sentido algum. Há interações, intenções, há trocas, opiniões, concordâncias e discordâncias, apoio e retaliação. Há tudo isso e muito mais no conjunto das possíveis interações.

E nenhuma delas, enquanto ações, provocam reações que podem ser estimadas precisamente. Estimativas e previsões são rotineiras e até esperadas… mas a frieza matemática não se aplica. E dai seguem-se reviravoltas, realizações de sonhos, novas idéias, velhas idéias, lembranças, surgem amizades e outras terminam, surgem amores, geram-se rumores.

Tudo muda e muda rápido demais. E a cada ação mais e mais imprevistas reações vão encadeando-se e, respeitando sua natureza de ação, ainda que reativa, gerando novas reações tão inesperadas ou desastrosas quanto as que a precederam. Ou o contrário disso pois não há como saber.

E isso é o viver. Decidir antes o que fazer para então descobrir o que essa decisão de fato significa. Aprendendo mais com as reações do que com a própria ação mas ponderando que as segundas devem sua existência à primeira. Afinal, como disse um amigo, o presente é fruto do que fizemos e não do que pensamos em fazer.

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