Humberto Gessinger e o seu novo trio…
Por falar no novo trio, é necessário comentar que a presença de Rodrigo Tavares (ex-Fresno) tocando guitarras trouxe um peso muito bem-vindo às composições clássicas. Ele não é um grande instrumentista e não consegue executar com precisão vários dos trechos das músicas tão conhecidas pelos fãs… mas, ao mesmo tempo, usa distorções e uma roupagem hard-rock que descaracteriza e moderniza um pouco nossas velhas conhecidas.
O concerto foi, portanto, muito agradável pois é sempre bom ouvir canções que marcaram uma fase tão boa da vida… Piano Bar, Ando Só, O Exército de um Homem Só, Infinita Highway, Refrão de Bolero, Pra ser Sincero, Somos Quem Podemos Ser, Várias Variáveis… são várias as músicas que perfilam as duas horas em que o novo Gessinger trio se apresenta. E vale, sim, muito a pena revivê-las!
Ainda mais quando antes somos apresentados ao 9 de Espadas, banda de Joinville que bebe na fonte do rock brasileiro dos anos 80. É pena que o público não os tenha prestigiado como mereciam, ainda que uma ou outra músicas tenham encontrado coro na platéia. O rock da banda é muito bem produzido, contagia, o vocal é bom e os músicos são afiados.
E o tal Mr. Pi, do Pijama Show da Rádio Atlântida, que também é músico nas horas vagas, entrou durante o show do 9 de Espadas, assumiu os vocais e ouvimos duas versões brilhantemente executadas, muito mais rockers do que os originais, de Sociedade Alternativa (Raul Seixas) e Meninos e Meninas (Legião Urbana). Renato Russo sendo cantado no mesmo palco em que Gessinger se apresentaria minutos depois? Quem viveu os anos 80 – e os diversos mitos que se propagavam e dificilmente podiam ser checados – sabe que Gessinger e Russo são inimigos mortais… será mesmo? Bem, eu achava que o mito era verdade… mas quando o ex-líder dos Engenheiros substituiu Julio Iglesias por Renato Russo em Piano Bar, eu acho que finalmente a minha resposta estava dada. Era balela…