Minha primeira vez…
… em uma noitada tripla no cinema ocorreu aqui em Lyon, na sexta-feira 12 deste mês de novembro de 2010. Três filmes em uma mesma noite, com pequenos intervalos de 10 a 15 minutos entre os filmes, devidamente utilizados para me atualizar quanto ao estado de saúde da Pat, que nesta mesma noite foi hospitalizada após sentir-se mal… enfim, noite programada para sustos.
Curiosamente eu já havia assistido aos 3 filmes da programação especial promovida pelo Instituto Lumière para homenagear o grande diretor de filmes de horror – mas não somente – Wes Craven, responsável por Freddy Krueger, Schocker e Ghostface (da série Pânico).
O cardápio trazia o primeiríssimo “A Hora do Pesadelo” (Nightmare on Elm Street), “Pânico” (Scream) e “Quadrilha de Sádicos” (These Hills Have Eyes).
Não bastasse tratar-se de filmes icônicos e exemplares para o gênero – e portanto imperdíveis de serem vistos na tela grande – a noite ainda foi muito agradável devido a toda a produção que cercou o evento. Música ambiente extraída dos filmes e que criam naturalmente um clima tenso, luzes vermelhas, vapor, cenários que remetem a um ambiente desolado, seco e, ao mesmo tempo, com elementos familiares como fotos de famílias, um berço e uma mesa de canto. E, para coroar, atores fantasiados (GhostFace) ou maquiados (Freddy) que repentinamente surgiam quando as luzes se acendiam, podendo estar parados ao seu lado ou correndo em sua direção… divertido!
A Hora do Pesadelo foi apresentado em versão francesa, uma vez que à época de seu lançamento
o filme não foi apresentado com legendas e, portanto, não existe cópia do filme original com voz original e legendas em francês, simplesmente por quem ninguém imaginou que aquele filme não era apenas “mais um filme de terror” mas sim um filme que definiu uma geração, criou um icone do cinema e ainda apresentou Johnny Depp ao mundo em sua clássica cena de esguicho de sangue saindo de dentro de sua cama.
Recentemente assisti, até como preparação para este evento, a nova versão de “A Hora do Pesadelo” com Jackie Earle Haley interpretando o Freddy. O filme é inimaginavelmente horrível. É incrível como praticamente refilmaram o roteiro original e conseguiram fazer algo com uma qualidade abissalmente distante. Robert Englund confirma-se como O ÚNICO intérprete de Freddy e o filme original mantém seu charme em uma revisita, apesar de ter passagens que agora me pareceram constrangedoras de tão mal apresentadas, como o alcoolismo da mãe da mocinha e o comportamento de praticamente todos os adultos da trama.
Pânico eu assisti pela primeira vez quando um amigo, em Campo Grande, me ligou, num domingo, época de faculdade e disse: “Vem para cá agora que você precisa ver isso”. Sem dúvida filme original e divertido, descontruindo os filmes de horror ao apresentar as suas regras, tirando sarro descaradamente de todos os vícios dessa linguagem ao mesmo tempo em que esses próprios vicios eram revitalizados com uma injeção de criatividade principalmente no roteiro de Kevin Williamson. Rever o filme no cinema foi sensacional e foi curioso rever Courteney Cox em um papel diferente da neurótica Monica de Friends.
Quadrilha de Sádicos, o filme final da noitada, se passa no deserto americano e narra a estória da família que tem problemas em seu carro e se vê atacada por uma família de deformados que cresceram à mercê de experiências nucleares realizadas pelo governo e que, dentre outras coisas, se alimentam de carne humana. Foi um filme que marcou a minha infância, lembro-me de tê-lo visto na TV, com minha irmã, em Costa Rica, ainda antes dos 10 anos de idade e que, depois de muitos anos, nós ainda falávamos do filme que havia nos causado um profundo impacto. De fato, a perversidade dos personagens, o clima angustiante e macabro e a tensão do filme são marcantes ainda que vistos hoje em dia. Este filme também teve um remake recente que não é tão execrável quanto foi o de “A Hora do Pesadelo”.
Agora é aguardar o próximo evento do gênero que ocorrerá já em 2011 com exibição dos clássicos da Hammer: Drácula, Frankenstein e A Múmia, no cinema! Ueba! 😉
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