Palmeiras: Campeão Brasileiro 2016

Palmeiras: Campeão Brasileiro 2016

O Palmeiras, meu time de coração, depois de 22 anos, volta a ser campeão brasileiro, o mais importante título nacional de clubes. Os títulos anteriores vieram em dobro, com o fantástico time montado pela Parmalat em 93 e 94, com direito ao animal Edmundo, Rivaldo, Zinho, César Sampaio, Roberto Carlos, Evair e tantos outros craques. Curiosamente, durante o longo jejum celebramos 3 Copas do Brasil (ganhamos inclusive no ano passado),  uma Libertadores da América e até, infelizmente, dois campeonatos brasileiros da Série B, depois de dois rebaixamentos.

O campeonato deste ano foi sofrido também por tudo isso… o time assumiu a liderança e não largou mais, foi sólido, tem a melhor defesa e o segundo melhor ataque, é equilibrado, passa confiança, tem ótimos jogadores – como Prass e Gabriel Jesus – e uma boa equipe, com bons jogadores – como Jailson, Mina, Jean, Moisés e Dudu. O treinador acabou sendo mais pragmático do que encantador, mas venceu um importante desafio, criou uma equipe com um elenco gigantesco – e suas inevitáveis guerras de ego – e depois do conturbado e confuso trabalho do antecessor Marcelo Oliveira.

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Vou aproveitar aqui este 171 para celebrar pois tanto eu quanto a outra colunista, a Vanzinha Nishi, somos Verdão, somos Porcos, somos palestra! É campeão! É campeão!

É o título do Zé Roberto, veterano de 42 anos, que já jogou duas Copas do Mundo pelo Brasil, já jogou por grandes clubes da Europa como Real Madrid e Bayern de Munique, já brilhou no Brasil na Portuguesa e depois no Grêmio, ganha agora o seu primeiro título brasileiro.

É o título também de Gabriel Jesus, o menino de apenas 19 anos, que sequer era nascido quando o Palmeiras ganhara o Brasileirão pela última vez e que agora é o grande nome da conquista, dono da camisa 9 da seleção brasileira e a caminho da Europa, para brilhar no Manchester City sob a direção do badalado Pep Guardiola.

É o título de Jailson, torcedor do time e em fase final da carreira, aos 35 anos, que jamais tinha jogado como titular jogos da série A e que viu sua grande chance depois da fatídica contusão do ídolo Fernando Prass, que servia a seleção brasileira para a competição olímpica quando se machucou. Jailson jogou a segunda parte do campeonato e terminou invicto, não tendo sofrido sequer uma derrota com o time. Uma barreira, uma descoberta, o acaso presenteando aqueles que lutam, sonham e nem sempre são reconhecidos. Ter talento não basta, por vezes é preciso ter oportunidades.

É o título de Moisés, que entrou no time e encaixou-se como uma luva. Não tinha renome, mas passou a ter depois da conquista, sendo considerado por muitos como o craque do campeonato… apesar de ser também o portador das cobranças de laterais na área, o que acabou simbolizado como o “Cucabol”, o futebol simplificado e focado no resultado, mas efetivo, batizado por Mauro Cézar Pereira (ESPN). Eu preferiria ganhar com um jogo ainda melhor, mas estou satisfeito com o que time entregou, com os mares abertos por Moisés, em parceria com Jesus, neste time bíblico.

É o título de Jean, que junto com os (em geral) reservas Edu Dracena e Egídio, era o único a já ter celebrado um Brasileirão. Veio do Fluminense e foi peça-chave no time, dada a sua versatilidade de atuar tanto como lateral quanto como volante.

É o título de Tchê Tchê, que resgata a tradição dos divertidos apelidos dos jogadores, regular em campo, com boa técnica, bom passe, boa marcação. Foi, junto com o goleiro Sidão (Botafogo e, em 2017, São Paulo), o jogador que melhor aproveitou a exposição conseguida com o sensacional Audax-SP, de Osasco, vice-campeão paulista deste ano.

É o título de Vitor Hugo, que venceu as desconfianças iniciais, se firmou na melhor zaga da competição, junto com Dracena e com o colombiano Mina, e ainda deu uma de artilheiro em vários momentos, desafogando o time e ajudando-o a ser o time com mais gols de cabeça no certame.

É o título de Dudu, que de cabeça-quente e jogador que bate em árbitros e pouco contribui, para o capitão que fez gols decisivos e ergueu a merecida taça ao final do ano, fazendo o chapéu dado no São Paulo à época de sua contratação ter valido realmente a pena.

É o título de Cuca, questionado e esquisito, mas efetivo e vencedor.

É o título de todos os demais que ainda não citei, Cleiton Xavier, Allione, Alecsandro, Rafael Marques, Roger Guedes, Eric, Barrios, Gabriel, Arouca, Fabiano… do “dono do time” Paulo Nobre, que bancou a reformulação do elenco e deu um fôlego para que o time se reestruturasse…

Mas esse título é também meu, do Filipe, do Emannuel, do Richard, do Muca, da Vanzinha, do Zé Paulino, e de tantos outros palmeirenses espalhados por aí.

Gostar de futebol é algo que não tem muita explicação. Mas para aqueles que gostam, não há nada melhor do que ver a entrega daqueles que te representam, por quem você torce, acompanha e se dedica, e ter a recompensa de aprender a esperar para poder vivenciar bons e inesquecíveis momentos. Não se ganha sempre, graças a Deus, pois o mais importante no esporte é ensinar tanto a perder quanto a ganhar. Parabéns, Verdão!

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Paulo Farelos

Deixando alguns farelos para seguir meu caminho… com essa frase, inspirada em conto infantil essa frase marcou o início do projeto Farelos de Pensamento. Este espaço agora não guarda mais apenas pensamentos soltos mas também todos os meus textos que antes estavam espalhados por aí, em meu outro blog, no qual não vou mais escrever e de onde, aos poucos, vou puxar todo o conteúdo também para cá. Mas aqui também vão ter minhas resenhas para filmes e trailers, as minhas crônicas e textos, meus podcasts, meus vídeos. Assim, como meus interesses culturais passeiam pela literatura e os quadrinhos e se concentram com mais força em música e cinema pops, ainda que o circuito de arte também me desperte interesse, então os farelos de pensamentos passaram a ser farelos de qualquer coisa, pois vivo muito de blá-blá-blás e outras amenidades diversas. Um farelo para cada um desses momentos. E o caminho segue. E há tantos caminhos possíveis.