Relacionamentos com artistas
É interessante notar como desenvolvemos (ao menos eu desenvolvo, mas estou certo de que não se trata de uma particularidade minha!) uma relação próxima com alguns artistas. É engraçado como aguardamos o novo trabalho de uma banda que gostamos ou quando vamos assistir ao novo filme de um cineasta com o qual estamos habituados ou com o qual nos afeiçoamos.
Essa relação entre o artista e seu público é diferente. Ela se dá através do trabalho, da arte produzida. E é através dela que percebemos os interesses, o humor, os sentimentos, enfim, o estado do artista durante a concepção da obra. É como se uma nova obra fosse um encontro para um bate-papo… mas somente um dos “amigos” fala e apenas um dos “amigos” se interessa pelo que o outro tem a dizer. Certo, isto é um extremo pois vários artistas se interessam sim pela resposta do público e grande parte do público não está nem aí para o que os artistas têm a dizer. Mas, em muitos casos, o que ocorre não é muito diferente do descrito aqui.
Hoje eu fui ver o novo filme do Woody Allen, Match Point, no qual o diretor nova-iorquino conta uma estória de relacionamentos amorosos e de negócios envolvendo os membros de uma família londrina abastada. O filme demostra a maestria de Allen ao construir diálogos e um enredo enxuto mas cheio de detalhes, uma trama que prende a atenção e com boas atuações do elenco bem escolhido. Eis um caso de uma “conversa” entre Allen e o seu público… no caso, eu mesmo. Foi interessante notar a quase ausência de seqüências com algum humor, o que revela um pouco dos interesses do cineasta, ao filmar um suspense psicológico.
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