Últimos oito…

Minha média de filmes assistidos por dia já chegou a absurdos 1 por dia, na época em que tínhamos uma locadora de vídeos, há tantos verões. Mas a minha média atual está beirando o absurdo de tão baixa.

Vejamos, desde o último post sobre cinema em que comentava sobre filmes assistidos data de 04 de outubro de 2009. De lá para cá já se passaram basicamente 4 meses e eu assisti 8 filmes, com a fantástica média de 2 por mês.

Recapitulando então, com breves comentários, as películas vistas desde então.

Amor Quase Perfeito ou Le Fate Ignoranti.
Le fate ignoranti.JPG
Dirigido por Ferzan Ozpertek, de origem turca, narra a estória de uma mulher que descobre que o seu marido o traía, mantendo uma vida paralela com outros amigos e o amante. Isso mesmo, O amante. Fugindo de convenções e com poucos estereótipos, é um filme tocante e a relação construída entre a mulher traída e o amante homossexual do marido falecido jamais soa artificial. O filme envolve e encanta, com várias rimas visuais e elementos narrativos que são retomados e ganham um novo sentido. Particularmente interessante as cenas cruzadas em que um visita a casa do outro pela primeira vez e vice-versa, em que as descobertas e as emoções que dali afloram ganham um significado maior e aproximam os dois mundos. Cotação: 5/5

2012

Dirigido por Roland Emerich (que é alemão), narra a estória da destruição da terra devido a movimentações de placas tectônicas e outros desastres naturais decorrentes disso. Vale apenas pelas cenas de destruição muito bem feitas em CGI, mas é tão inverossímil que até as boas referências religiosas que aparecem aqui e ali não salvam o filme da mediocridade. Cotação: 2/5

Anjos & Demônios

Dirigido por Ron Howard. Tom Hanks retoma o personagem de “O Código da Vinci” para a sequencia cinematográfica da série, já que os livros foram lançados em ordem inversa. Os Iluminatti ameaçam destruir o Vaticano e sequestram os principais candidatos à sucessão papal e Robert Langdon tenta desvendar as pistas e salvar o dia na bela cidade de Roma. Também ao contrário do que acontecia com o primeiro filme, aqui o filme é melhor do que o livro. O que não é difícil, já que o livro é uma aberração. Cotação: 3/5

Sempre ao Seu Lado (Hachiko)

Dirigido por Lasse Hallstrom (que é sueco), este filme narra a estória de um professor de música que encontra um cachorro em uma estação de trem e acaba por adotá-lo. Anos depois, o professor falece e o cachorro não consegue superar essa perda, indo todos os dias à mesma estação onde encontrou seu dono pela primeira vez e onde todos os dias o esperava voltar do trabalho. Belíssimo filme sobre fidelidade, adaptado de uma estória real ocorrida no Japão. Para quem gosta de cachorro então, é impossível conter as lágrimas. Cotação: 4/5.

Avatar

Dirigido pelo canadense James Cameron, o seu primeiro filme após o ex-campeão de bilheteria Titanic. Caramba, assistir Avatar em 3D foi uma experiência e tanto. A estória é envolvente e os efeitos são surpreendentes. Experimentar viver em um outro mundo, tão rico em detalhes. Imaginar-se conduzindo um outro ser apenas com seu pensamento, experimentando as sensações e podendo reconstruir sua vida é um elemento forte – o que é ainda mais forte se você é paraplégico e pode voltar a andar. A trama ecológica e anti-bélica tem de fato muitos paralelos com Pocahontas (como comentado aqui e aqui), Dança com Lobos e outros filmes, mas o resultado final continua sendo surpreendente, envolvente e fascinante. Cotação: 5/5

Bastardos Inglórios

Dirigido por Quentin Tarantino, o filme tem altos e baixos, certas coisas parecem meio deslocadas (como a apresentação rocambolesca de certo personagem) mas, na média, é Tarantino fazendo o que faz melhor: muita violência, humor, ótimos diálogos e uma estória de vingança. Também é legal ver um filme que não se preocupa nem um pouco com a verdade histórica, criando um painel fictício sobre o desfecho da 2a. guerra, ao sugerir que um grupo de judeus americanos infiltrou-se na França ocupada pelos nazistas para escalpelar o maior número possível de alemães. Mas, a meu ver, essa trama é totalmente secundária e o que importa mesmo é Shosanna e o Cel. Landa, que elevam o filme bem acima da média. A cena inicial é muito tensa e muito bem interpretada e dirigida. Cotação: 4/5

Invicto

Dirigido por Clint Eastwood, narra o envolvimento de Nelson Mandela, recém-eleito presidente da África do Sul e com a missão de unificar uma pátria fragmentada pelo Apartheid, com o time nacional de rugbi que estava prestes a disputar uma Copa do Mundo. Bom filme, boa atuação de Morgan Freeman no papel principal, mas com uma direção meio esquisita do Eastwood, tentando criar em certas cenas uma tensão desnecessária para a estória que ele queria contar. Além de ser um tanto simplista em várias das soluções apresentadas. Mas a estória envolve e é legal ver um tema tão caro aos americanos (nacionalismo) com outras cores – ainda que seja um produto “made in america”. Cotação: 3/5

Histórias de Cozinha (Kitchen Stories)

Dirigido pelo noruegues Bent Hamer, narra a estória de um pesquisador de uma companhia sueca que cataloga os hábitos das pessoas na cozinha para aprimorar produtos e serviços. O trabalho da pessoa é sentar-se em uma poltrona localizada no alto de uma escada e anotar o uso que a pessoa faz de sua cozinha e a nova pesquisa é focada em homens solteiros e a estória gira em torno da relação construída entre um pesquisador e o seu “hospedeiro”, no linguajar técnico utilizado no filme. Até que ponto é possível racionalizar sentimentos e o nosso conhecimento sobre as pessoas e seus hábitos? Até que ponto a interação é necessária para se conhecer de fato uma pessoa? Observar, apenas, é suficiente? Afinal, uma coisa observada se comporta da mesma forma caso não estivesse sendo observada?
O filme tem um humor ácido, personagens divertidos e os dois personagens principais constrõem, de fato, uma relação especial e fraterna, ao despertar a curiosidade mútua. Cotação: 3/5

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